sexta-feira, 17 de maio de 2013
Tentando Retornar...
Nossa Comunidade é muito complicada; na verdade, muito violenta, o que nos faz ter anos letivos instáveis, e nem sempre nosso trabalho tem regularidade. Vamos tentar manter o blog atualizado sobre o que estamos fazendo em sala de aula.
Estamos postando fotos de algumas aulas interativas, interdisciplinar e utilizando multimídia, ministradas para o Peja II (envolvendo as matérias de Português, Karina, Matemática, Izidro, História/Geografia, Valter, e Ciências, Shirley) no final do ano passado (2012).
Um abraço,
Valter Mattos.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
2012: Começamos o ano e temos novidades...
sábado, 22 de outubro de 2011
Cultura Popular versus Cultura Erudita

domingo, 16 de outubro de 2011
Heróis Existem?
(Texto de reflexão sobre Steve Jobs, por Válter Mattos)
Uma das definições que o “Aurélio” dá para “mito” é: “(...) Representação de fatos ou personagens reais, exagerada pela imaginação popular, pela tradição, etc.”. Pela minha experiência, enquanto intelectual das Ciências Humanas, afirmo que muita das vezes a existência de mitos contribuem para uma distorção da realidade. Jobs, morto por um câncer recentemente, está se transformando em um mito; alguém que, pela sua pertinente fama de tecnólogo, está tendo sua figura pública potencializada para além da capacidade de criar novos mecanismos midiáticos. Isso não basta para que o fundador da Apple (junto a outras pessoas) seja transformado em uma espécie de guru-herói da nova geração.
Imaginemos que os nossos jovens, a partir de então, passem a ultrapassar os limites de velocidade nas estradas e, para não serem multados, arranquem as placas de seus carros; a estacionar nas vagas destinadas aos cadeirantes; e a humilhar, aos berros, os funcionários nos corredores de suas empresas. Este era Steve Jobs, o zen-budista. Mas, por incrível que pareça, isso não é nada diante do que sua empresa, com seu consentimento, fez e continua fazendo na China. Como boa parte das indústrias de hardware do Ocidente capitalista, a Apple instalou unidades de produção em países da Ásia, buscando mão-de-obra bem mais barata, ou seja, como todo bom capitalista, não se incomodou com o fato do nível de exploração sobre os trabalhadores ser grande naquela região, desde que a taxa de lucro também o fosse. A Apple chinesa tem o maior índice de suicídio da região, dado pelo alto nível de stress provocado pelo intenso processo produtivo.
Em um mundo caminhando para uma crise econômica aguda, onde as consciências começam a perceber que as megaempresas (bancos, indústrias, etc.) têm uma parcela significativamente grande nesta crise e, portanto, no sofrimento dos mais pobres, vêm algumas pessoas em público e tentam transforma Steve Jobs naquilo que ele não é: uma referência positiva para as novas gerações. Existe um historiador inglês, muito conceituado, Eric Hobsbawm, que nos ensina que os mitos precisam ser destruídos quando estão nascendo. É o que defendo. Neste caso específico, precisamos desmitificar a “canonização” de Steve Jobs, um homem que, quando vivo, tinha um caráter duvidoso. E, enquanto empresário, era inescrupulosamente ganancioso e ávido por lucros, mesmo que isso representasse a vida de alguns trabalhadores; portanto, mesmo que tenha idealizado o iPad, não podemos isentá-lo desta gravíssima culpa social.
domingo, 25 de setembro de 2011
Minha História no Rubens
Uma rápida descrição histórica do nosso Ciep
TEXTO PARA REFLEXÃO
NEGRA É A SUA CONSCIÊNCIA
O homem é um animal racional. Esta é uma das características mais importante que nos distingue dos outros seres vivos, animais e vegetais. Contudo, existem outras igualmente muito importantes. O homem é diferente dos outros animais não só porque sabe pensar; mas, sobretudo, porque tem perfeita noção desta capacidade. Chamamos isso de Consciência, ou seja, temos conhecimento de que existimos; não somente pensamos sobre as coisas, como também paramos para pensar sobre a nossa própria existência. O Dicionário Aurélio afirma, entre outras coisas, que Consciência é “o atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua própria realidade” (1993, p. 140).
Estamos no Brasil, no ano de 2011, e qual é a nossa Realidade? Um país que tem 511 anos (resumidamente, pensando-se a partir da chegada dos europeus), dos quais, 322 foram de dominação colonial portuguesa, já que, em primeiro lugar, o episódio que ficou conhecido como “Descobrimento” data de 1500, e, em segundo, a “Independência”, em relação à metrópole européia, veio no famoso 07 de Setembro de 1822. Os portugueses, e seus interesses mercantis, aqui chegaram com a intenção de explorar as potencialidades destes trópicos – e assim o fizeram. Depois das Grandes Navegações pelo Atlântico, “descobriram”, conquistaram e colonizaram, isto é, tiraram proveito econômico daquilo que tinham “descoberto” e conquistado. Para que este objetivo fosse minimamente rentoso, era necessário baixar os custos do empreendimento, e uma maneira era economizar com o preço da mão-de-obra, submetendo ao trabalho compulsório (forçado e não remunerado) o máximo de trabalhadores que pudessem encontrar; primeiro foi o nativo, o índio, que era chamado pelos lusitanos de “negro da terra”; depois o negro trazido da África, denominado nos primeiros anos de colonização de “o negro da guiné”, que com o passar do tempo predominou enquanto contingente escravizado.
Esta é uma das partes mais importantes da realidade brasileira: a riqueza extraída de nossa natureza foi multiplicada pela mão-de-obra escrava, com o suor do cativo. E não estamos falando somente do período colonial; o Brasil ficou livre de Portugal sem que os escravos fossem libertos do cativeiro. No Império, a escravidão perdurou até 1888; portanto, dos 511 anos da História do Brasil registrada em língua portuguesa, pelo menos 445 foram de escravidão (aproximadamente 87%), onde a escravidão negra africana, e afro-descendente, predominou. Ora, está mais do que evidente que aqueles que vieram do continente africano, e seus descendentes, foram e são os principais responsáveis pela construção deste país. Somos o que somos hoje, no presente, pelo que fizemos ontem, no passado. Um pensador alemão, acerca da Consciência, um dia disse em um dos seus livros: “Não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência.” (Karl Marx, A Ideologia Alemã, p. 9).
A vida da sociedade brasileira foi, em sua essência histórica, econômica e produtiva, determinada por 445 anos de escravidão negra. Esta é a identidade sócio-econômica da maioria dos brasileiros – nossa realidade. A Consciência desta grande nação que se encontra do lado de baixo do Equador, foi definida por esta realidade de exploração sobre os elementos de origem negra africana; mas existem distorções a serem eliminadas. Quando não elaboramos um juízo sobre nossa realidade social e histórica dentro destes pressupostos (a base negra na qual se assenta a identidade sócio-econômica brasileira), estamos encobrindo o entendimento de nossa verdadeira essência com o “véu” da falta de Consciência, e por isso distorcendo, e mesmo negando, a nossa existência enquanto povo.
O Índio, o Português e o Negro. Sabemos: a nação brasileira é composta, minimamente, por estas três etnias. (Utilizaremos o termo “etnia” em vez de “raça”. Resumidamente, uma “etnia” é um grupo sócio-cultural que vive há séculos em um mesmo lugar. Quanto à concepção de “raça”, a ciência geneticista provou não haver “raças” entre os seres humanos, somente a “raça humana”). A mistura dessas três etnias deu origem ao brasileiro. Cada um desses elementos concedeu sua valiosa contribuição para a definição do que é o nosso povo, que tem uma cultura alegre, espontânea, festiva, musical, dançante e muito vibrante. Percebemos traços dos três elementos presentes na nossa cultura em geral; na culinária, no vocabulário, nos hábitos cotidianos etc.; todavia, pelo o que foi exposto mais acima, não só não podemos desconsiderar os negros em nossa formação social, como temos a obrigação de lhe conferir a real importância nesta formação, dada a sua participação impar na construção econômica brasileira – além, á claro, da cultural.
Você que é negro ou descendente, precisa ter orgulho da história do seu povo (que também é a sua), pois ele ajudou, com suor e lágrimas, a erguer este país. Esta é a Consciência Negra no Brasil: não só conhecer a importância dos negros na formação da sociedade brasileira, bem como sentir muito orgulho de ser negro. Angola, Congo, Benguela, Monjolo, Capinda, Nina, Quiloa e Rebolo, povos que, arrancados aos milhões da Mãe África, atravessaram o Atlântico em insalubres e escuros porões de navios negreiros, para aqui (aqueles que chegaram vivos) trabalhar muito, fizesse sol, fizesse chuva, e deste trabalho não ganhar nada, a não ser chibatadas. Tanto sofrimento para hoje alguém afirmar que o negro é inferior. Como pode ser inferior um povo que, apesar da exploração, da violência e das péssimas condições a que era submetido, ter conseguido, durante tantos séculos, carregar em seus ombros o peso da construção deste país e ainda hoje ser um povo vibrante e alegre?
O pior de tudo é quando, aqui no Brasil, esta equivocada afirmação vem de um afro-descendente; ou seja, de alguém que descenda dos primeiros negros africanos que, no passado, aqui chegaram para trabalhar como escravos. É a falta de Consciência, ou seja, não conhecer a história da formação de sua identidade enquanto brasileiro. Existem algumas razões: há aqueles que não têm noção desta importância, por desconhecimento da História; já alguns sentem vergonha de serem negros, tamanho é o preconceito que sofrem, e por isso acabam assimilando o tratamento pejorativo que recebem; e outros não querem ou não sabem que são negros. Existem muitas explicações para a origem da palavra “mulato”, algumas delas muito negativas (tem uma que diz que vem de “mula”); portanto, se em suas veias corre sangue africano, você pode optar por dizer: eu sou Negro! E não “mulato”, “marronzinho”, “moreninho” etc.; você é Negro! E não existe razão para se envergonhar; muito pelo contrário.
O preconceito é quando alguém acha que entende sobre “alguma coisa” sem na verdade entender; é um falso entendimento; é um conhecimento prévio e sem o necessário estudo das verdadeiras causas da existência de tal “coisa” que se pretende conhecer. Poderíamos dizer que é o contrário da Consciência. Quando esta ideia errônea sobre um indivíduo ou grupo fica só no pensamento da pessoa, é preconceito; porém, quando se age em função deste equívoco de análise é discriminação. E quando esta discriminação é sobre uma etnia, chamamos de “racismo” (um erro duplo; primeiramente porque é um preconceito, um conceito falso; e, em segundo lugar, como já foi dito, não existem “raças” entre os seres humanos, logo, não existe uma “raça” superior ou inferior em termos de humanidade). Assim sendo, não existe razão alguma para alguém se sentir inferior por ser negro (inclusive aqueles que se acham “mulatos” ou as variações deste termo).
O racismo no Brasil de hoje, ou seja, o preconceito ou discriminação contra as populações negras ou afro-descendentes no nosso país atualmente, por uma questão histórica, acaba atingindo as pessoas mais pobres. Neste caso, fazer justiça social no Brasil também é lutar contra este tipo de descriminação. Entretanto, a despeito de ser uma responsabilidade de todos, independente da cor da pele ou da classe social, o protagonista desta ação tão importante para a sociedade brasileira tem que ser o próprio negro (e ampliando esta concepção para aqueles que, em suas veias, corre majoritariamente “sangue de origem negra”). Para isso, é preciso ter a Consciência – que muitos já têm – de que ser negro não é ruim. Ser negro é bom; assim como ser branco; índio; etc. Somos humanos; e não se trata, simplesmente, de reinventarmos o racismo em um “racismo às avessas” – não é uma questão de se pregar uma espécie de ódio da revanche. Com a Consciência Negra, queremos a igualdade de condições e a paz para todos os brasileiros, pois debaixo da pele branca, negra, marrom ou morena encontramos, em todos, o vermelho do sangue.
Nobre função: lutar contra as desigualdades sócio-econômicas e contra o racismo, lutas que se confundem. Mas precisamos, antes, como estratégia, eliminar certas ideias preconceituosas (algumas disfarçadas), como as que dizem, por exemplo, “este negro tem alma branca”. Que loucura: para o negro ser bom ele tem que ter alma de branco; nada a ver. Negro tem que ter alma Negra; esqueçamos de hierarquizar a cor que carregamos em nossas peles como um hábito para dizer que o Negro é inferior, pois como diz dona Ivone Lara:
"Um sorriso negro, um abraço negro / Traz felicidade / Negro sem emprego, fica sem sossego / Negro é a raiz da liberdade / Negro é uma cor de respeito / Negro é inspiração / Negro é silêncio, é luto / Negro é a solução / Negro que já foi escravo / Negro é a voz da verdade / Negro é destino é amor / Negro também é saudade."
Se ser Negro é tudo isso, eu posso afirmar sem medo de errar: Negra é a Consciência de todos os Negros que tem plena Consciência da importância do papel do Negro na História da Sociedade Brasileira.
Válter Mattos da Costa, Professor de História.
Rio de Janeiro, 20 de Abril de 2011
REVITALIZANDO O BLOG
domingo, 28 de junho de 2009
Justificativa do Blog: a Todos!...
Este Blog, organizados pelos alunos e professores do Peja do Ciep Rubens Gomes, em Costa Barros, Rio de Janeiro, destina-se aos mais variados debates educacionais e sócio-culturais que envolvam o universo, primeiramente, de nossos alunos (sala de aula, conteúdos, perspectivas profissionais, etc.), bem como de outros públicos interessados em tais temas.
Nossos alunos, oriundos de classes populares, pertencem a um contingente de adolescentes e adultos (das mais variadas faixas etárias) que se encontra em um ambiente social muito desfavorecido, em termos econômicos e urbanos. São, em sua maioria, trabalhadores, e precisam estudar em nosso Peja, pois as aulas são à noite; o que é um grande sacrifício.
A principal finalidade deste Blog, portanto, será a troca de experiências e ideias com um público maior, e, a partir destas trocas, criar soluções para as muitas dificuldades do ensino noturno para jovens e adultos em áreas carentes.
Os debates, ainda que abrangente, precisam dar conta de, no mínimo, duas coisas, formação intelectual e preparação para o mercado de trabalho. Por isso, estarão no cerne dos debates temas como: VIOLÊNCIA – TRABALHO – EDUCAÇÃO – CULTURA – ARTE – POLÍTICA – SOCIEDADE – HISTÓRIA – GEOGRAFIA – LÍNGUA PORTUGUESA – CIÊNCIAS – MATEMÁTICA.
Amigos, participem!
Um Grande e Fraternal Abraço,
Professor Válter Mattos.
O Título de Nosso Blog
1º Passo: todos têm o direito de propor nomes.
2º Passo: os professores e os 8 representantes de cada uma das 4 turmas (escolheremos 2 representantes por turma) indicarão alguns nomes para serem votados por todos.
3º Passo: a votação.
Um abraço,
Professor Válter Mattos.
Karina na Alerj

Nossa Professora de Português do Peja II, Karina (e também Coordenadora), na Alerj com seus alunos do turno da tarde.
Trabalho de Português - Professora Karina

História em quadrinhos de nossos alunos
Trabalho de Português - Professora Karina

História em quadrinhos de nossos alunos
Trabalho de Português - Professora Karina

História em quadrinho de nossos alunos
Trabalho de Português - Professora Karina

História em quadrinhos de nossos alunos
Trabalho de Português - Professora Karina

História em quadrinhos de nossos alunos
Trabalho de Português - Professora Karina

História em quadrinho de nossos alunos
Trabalho de Português - Professora Karina

História em quadrinhos feito por nossos alunos
Uma História

Nosso Ciep sempre foi um lugar prazeroso para se socializar. Foto do Rubens Gomes quando ainda era um campo de futebol da comunidade.